Decaimento exponencial

Numa substância radioativa, cada átomo tem uma certa probabilidade, por unidade de tempo de se transformar num átomo mais leve emitindo radiação nuclear no processo. Se p {\displaystyle p} representa essa probabilidade, o número médio de átomos que se transmutam, por unidade de tempo, é p N {\displaystyle pN} , em que N {\displaystyle N} é o número de átomos existentes em cada instante.[1] O número de átomos transmutados por unidade de tempo é também igual a menos a derivada temporal da função N {\displaystyle N}

d N d t = p N {\displaystyle {dN \over dt}=-pN}

Decaimento exponencial de uma substância radioativa.

A massa dos correspondentes átomos, x {\displaystyle x} , é diretamente proporcional a N {\displaystyle N} e assim obtemos a seguinte equação diferencial

d x d t = p x {\displaystyle {dx \over dt}=-px}

onde p {\displaystyle p} é uma constante, designada de constante de decaimento. A solução geral desta equação é uma função que diminui exponencialmente até zero

x = C e p t {\displaystyle x=Ce^{-pt}}

e a solução única para a condição inicial x = x 0 {\displaystyle x=x_{0}} no instante inicial é (figura ao lado)

x = x 0 e p t {\displaystyle x=x_{0}e^{-pt}}

A definição de meia-vida da substância define-se como o tempo necessário para a massa diminuir até 50% do valor inicial; a partir da solução obtida temos

0 , 5 = e p t t = ln 2 p {\displaystyle 0,\!5=e^{-pt}\qquad t={\frac {\ln 2}{p}}}

Quanto maior for a constante de decaimento p {\displaystyle p} , mais rápido diminuirá a massa da substância (ver figura).

Uma substância radioativa presente em todos os organismos vivos é o carbono 14 que decai transformando-se em azoto, com uma meia-vida de aproximadamente 5580 anos. O conteúdo de C 14 {\displaystyle \mathrm {C} _{14}} em relação ao C 12 {\displaystyle \mathrm {C} _{12}} de qualquer organismo vivo é o mesmo.

A razão é a seguinte: no fim da cadeia alimentar dos seres vivos estão os organismos que absorvem o carbono diretamente da atmosfera e portanto a relação C 14 / C 12 {\displaystyle \mathrm {C} _{14}/\mathrm {C} _{12}} nos seres vivos é a mesma que na atmosfera. Na atmosfera esta relação é estável há muitos anos; os organismos mortos, em processo de decomposição perdem C 14 {\displaystyle \mathrm {C} _{14}} como resultado do decaimento radioativo e não o regeneram através da dieta. O azoto que a atmosfera ganha dos organismos em decomposição é transformado novamente em C 14 {\displaystyle \mathrm {C} _{14}} pelos raios cósmicos, nas camadas superiores. Uma comparação do conteúdo de carbono 14 de um organismo morto, por exemplo madeira obtida de uma árvore, com o conteúdo existente num organismo vivo da mesma espécie, permite determinar a data da morte do organismo, com uma boa precisão quando o tempo envolvido for da ordem de grandeza da meia-vida do carbono 14.[1]

Referências

  1. a b Villate, Jaime E. (2011). Equações Diferenciais e Equações de Diferenças (PDF). Porto: [s.n.] 120 páginas. Consultado em 13 de julho de 2013 
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  • d
  • e
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Outros