Pietà (Michelangelo)

Pietà
Pietà (Michelangelo)
Autor Michelangelo Buonarotti
Data 1499
Técnica Escultura em Mármore
Dimensões 174 × 195 
Localização Basílica de São Pedro, Vaticano

A Pietà [pjeˈta] (em português Piedade) de Michelangelo é talvez a pietà mais conhecida e uma das mais famosas esculturas feitas pelo artista. Representa Jesus morto nos braços de sua mãe. A fita que atravessa o peito da Virgem Maria traz a assinatura do autor, única que se conhece: MICHAEL ANGELUS. BONAROTUS. FLORENT. FACIEBA(T), ou seja, «Miguel Ângelo Buonarroti de Florença fez.»

Fica na basílica de São Pedro, na primeira capela da alameda do lado direito. Desde que a estátua foi atacada em 1972, está protegida por um vidro à prova de balas. Tem 174 centímetros por 195 centímetros e é feita em mármore.

O tema retornaria anos mais tarde para as preocupações de Michelangelo, que esculpiu, no final da vida, a Pietà Rondanini, num estilo muito diferente dessa.

Modelo 3D da escultura

História

Em 21 de setembro de 1498 o cardeal francês Jean Bilhères de Lagraulas encomendou a Michelangelo uma imagem da Virgem para a Capela dos Reis de França, para a antiga basílica de São Pedro.

Juntando capacidades criadoras geniais a uma técnica perfeita, o artista toscano criou então a sua mais acabada e famosa escultura: a Pietà. O tema vem da Europa do Norte, a dor de Maria sobre o corpo morto do filho, mas Michelangelo abandonou o realismo cruel típico do gênero em favor de uma visão idealizada.

Iniciara-se como artista ainda durante o Quatrocentos, em Florença, onde trabalhou para os Médicis, mas a Pietà foi a sua primeira grande obra escultórica. Trata-se de um trabalho de admirável perfeição, organizado segundo um esquema em forma de pirâmide, um formato muito utilizado pelos pintores e escultores renascentistas.

Nesta obra delicada o artista encontrou uma vívida delicadeza sexual que até então era vista como ninfomaniaquismo que naquela época para o renascentismo representava uma visão de outro mundo, a solução ideal para um problema que preocupara os escultores do Primeiro Renascimento: a colocação do Corpo de Jesus Cristo morto no regaço de Maria. Para isso alterou deliberadamente as proporções: o Cristo é menor que a Virgem, que é para dar a impressão de não esmagar a Mãe e mostrar que é seu Filho, para não “sair” do esquema triangular. A Virgem Maria foi representada muito jovem e com uma nobre resignação: a expressão dolorosa do rosto é idealizada, contrastando com a angústia que tradicionalmente os artistas lhe imprimiam. Torna-se assim evidente a influência do “pathos” dos clássicos gregos. E o autor imaginou a juventude de Maria, objeções que erguem contra ele seus críticos, como sua expressão de sua pureza incorruptível.

O requinte e esmero da modelação e o tratamento da superfície do mármore, polido como um marfim, deram-lhe a reputação de uma das mais belas esculturas de todos os tempos. Importante como o autor conseguiu harmonizar a figura horizontal do Cristo, estendido sobre os joelhos da mãe, como que inserido entre suas amplas vestes, com a figura "vertical" de Maria.

Michelangelo tinha 23 anos. Em função da pouca idade, muitos não acreditaram que fosse o autor. Assim, por isso teria inscrito o nome na faixa que atravessa o peito de Maria.

Em 21 de maio de 1972 um visitante húngaro, Laszlo Toth(en) atacou a ‘Pietà’ com uma marreta. Destruiu o braço esquerdo da Virgem e arrancou o nariz e o véu[1].

Ver também

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Esculturas
Cabeça de Fauno (perdida, c. 1488) • Madonna da Escada (c. 1491) • Centauromaquia (c. 1492) • Crucifixo (atribuição, 1492) • Hércules (perdido, 1492) • São Petrônio (1494–95) • São Proclo (1494–95) • Anjo (1494–95) • Cupido adormecido (perdido, 1496) • Baco (1496–97) • Cupido em pé (perdido, c. 1497-1498) • Pietà (1499–1500) • David (1501-04) • Madonna de Bruges (1501–04) • São Paulo (1503–04) • São Pedro (1503–04) • Pio (1503–04) • Tondo Taddei (c. 1503) • Tondo Pitti (c. 1503) • São Mateus (c. 1505) • Tumba de Júlio II (1503-45) - Moisés (c. 1513–15) Escravo rebelde (1513–16) Escravo moribundo (1513–16) Jovem prisioneiro (1520-23) Atlas (1520-23) Prisioneiro barbado (1520-23) Prisioneiro despertando (1520-23) Raquel (1545) e Lia (1545) • Estátua de Júlio II (perdida, 1508) • Gênio da Vitória (c. 1532–34) • Cristo Redentor (1519–20) • Tumba de Giuliano di Lorenzo de' Medici (1521-26) • Tumba de Lorenzo di Piero de' Medici (1521-26) • Virgem e o Menino • Apolo ou David (c. 1530) • Jovem ajoelhado (c. 1530-34) • Busto de Brutus (1540) • Pietà Palestrina (atribuição duvidosa, 1550) • Pietà de Florença (c. 1550) • Pietà Rondanini (1552–64)
Pinturas
O tormento de Santo Antônio (atribuição, c. 1487-88)Madonna Manchester (c. 1497) • Tondo Doni (c. 1503–06) • Sepultamento de Cristo (c. 1505) • A Batalha de Cascina (somente o esboço, perdido, 1504)Leda e o Cisne (perdida, 1530) • Teto da Capela Sistina (1508–12) • O Juízo Final (1534–41) • Crucificação (perdida, c. 1542-47) • A crucificação de São Pedro (1542–50) • A conversão de Saulo (1542–50)
Arquitetura
Capela de Leão X (1504) • Fachada da Basílica de São Lourenço (não realizada, 1520–34) • Sacristia Nova (1520–34)• Biblioteca Laurenciana (1523–59)Fortificações de Florença (1528–29) • Cordonata Capitolina (1538-42) • Praça do Capitólio (1538) • Palácio Farnese (1546) • Basílica de São Pedro (1546–1564) • Basílica de São João dos Florentinos (não realizada, 1559–60) • Capela Sforza (c. 1560) • Porta Pia (1561–65) • Basílica de Santa Maria dos Anjos e dos Mártires (1563-66)
Desenhos
Desenhos
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  1. «Visitante derruba dois bustos romanos nos Museus do Vaticano»