Nicolas Chamfort

Nicolas Chamfort
Nicolas Chamfort
Nascimento Sébastien-Roch Nicolas
6 de abril de 1740
Clermont-Ferrand
Morte 13 de abril de 1794 (54 anos)
Paris
Cidadania França
Ocupação jornalista, poeta, escritor, dramaturga, político, filósofo, bibliotecário
[edite no Wikidata]
Nicolas Chamfort

Sébastien-Roch Nicolas, que tomou posteriormente o nome de Nicolas de Chamfort, (Clermont-Ferrand, 6 de abril de 1740[1] — Paris, 13 de abril de 1794) foi um poeta, jornalista, humorista e moralista francês.

Biografia

Juventude

O nascimento de Chamfort é, ainda hoje, cercado de mistérios. Segundo o registro de nascimentos da paróquia de Saint-Genès, em Clermont-Ferrand, Chamfort teria nascido em 6 de Abril de 1740, filho legítimo de François Nicolas, merceeiro, e de Thérèse Croiset, sua esposa.[2] No entanto, um segundo registro, chamando-o « Sébastien Roch », o faz nascer em 2 de Junho de « pais desconhecidos ». Já segundo Claude Arnaud, ele foi batizado em 22 de Junho na igreja de Saint-Genès; recebe exatamente o mesmo nome de outra criança morte, batizada em 5 de Abril.[3] De qualquer forma, todos os seus biógrafos concordam em considerar que Chamfort era filho natural.[4] Segundo a tradição local, era filho natural de Jacqueline de Montrodeix, nascida Cisternes de Vinzelles, e de Pierre Nicolas, cônego da Catedral de Notre-Dame de Clermont-Ferrand. Partindo-se desta versão, a criança teria sido adotada pelo merceeiro François Nicolas, pai de Pierre Nicolas, e por sua esposa, Thérèse Creuzet ou Croizet.[5] Outras obras ainda o fazem nascer em 6 de Abril de 1741.[5]

A partir de 1750, faz seus estudos como bolsista no Colégio des Grassins, na Montanha Sainte-Geneviève, em Paris, conseguindo os primeiros prêmios da Universidade. Mostrou-se um aluno brilhante porém temperamental, chegando a fugir da escola e pensar em embarcar para a América com um camarada, Pierre Letourneur, futuro introdutor do Ossian na França, partindo para o porto de Cherbourg. Foi perdoado e pode concluir seus estudos.

Toma, ao entrar no mundo adulto, o nome de « Chamfort », em lugar do nome simples Nicolas que havia levado até então.

Carreira literária

Estreando com alguns artigos no Journal Encyclopédique (Jornal Enciclopedista) e uma colaboração no Vocabulaire Français (Vocabulário Francês), faz-se notar bem cedo através de alguns prêmios de poesia dados pela Academia, dá ao Théâtre-Français algumas comédias que fazem sucesso e junta-se a diversos empreendimentos literários para se sustentar. Sua reputação o faz ser escolhido pelo Príncipe de Condé como secretário de suas licitações; torna-se em 1784 secretário ordinário e do gabinete de Madame Elizabeth, irmã do Rei Luís XVI. Antes da Revolução, foi um dos escritores mais apreciados nos salões parisienses, brilhante e espirituoso, escrevendo diversas peças para teatro. Iniciou-se na Franco-Maçonaria em 1778.

Fez carreira de homem de letras que o conduziu à Academia Francesa em 1781 (ocupando a cadeira nº 6), porém prematuramente contraíu uma doença venérea da qual jamais se recuperou e que deixou sua saúde precária pelo resto da vida.

Sua obra mais célebre e a única lida de Chamfort foi publicada em 1795 por seu amigo Pierre Louis Ginguené : "Maximes et pensées, caractères et anecdotes", extraída das notas manuscritas deixadas por Chamfort: "Maximes et Pensées" e "Caractères et Anecdotes". A amargura de seus escritos já anuncia Ambrose Bierce ou George Bernard Shaw. Sébastien-Roch Nicolas de Chamfort desejava publicá-los ele mesmo sob o título de "Produits de la civilisation perfectionnée".

Vida sentimental

No verão de 1781, Chamfort inicia uma ligação com Anne-Marie Buffon, viúva de um médico do Conde de Artois, um pouco mais velha que ele, que foi o grande amor de sua vida. Na primavera de 1783, o casal retira-se para um palacete pertencente a Madame Buffon, onde esta morre bruscamente no 29 de Agosto seguinte.

Devastado pelo acontecimento, Chamfort escreve um poema onde destila sua dor:

À celle qui n'est plus[6]
Dans ce moment épouvantable,
Où des sens fatigués, des organes rompus,
La mort avec fureur déchire les tissus,
Lorsqu'en cet assaut redoutable
L'âme, par un dernier effort,
Lutte contre ses maux et dispute à la mort
Du corps qu'elle animait le débris périssable;
Dans ces moments affreux où l'homme est sans appui,
Où l'amant fuit l'amante, où l'ami fuit l'ami,
Moi seul, en frémissant, j'ai forcé mon courage
À supporter pour toi cette effrayante image.
De tes derniers combats j'ai ressenti l'horreur;
Le sanglot lamentable a passé dans mon cœur;
Tes yeux fixes, muets, où la mort était peinte,
D'un sentiment plus doux semblaient porter l'empreinte;
Ces yeux que j'avais vu par l'amour animés,
Ces yeux que j'adorais, ces yeux que j'ai fermé!

A Revolução

Saudando com entusiasmo a chegada da Revolução Francesa, segue os Estados Gerais em Versalhes. Contratado por Mirabeau como redator anônimo de seu jornal, assiste ao Juramento do Jogo da Péla e aplaude a Tomada da Bastilha. Eminência parda de Talleyrand e de Mirabeau, para quem redigia parcialmente discursos e relatórios, entra com este no Clube dos Trinta. Ligado a Sieyès, é dele o título de sua obra: "Qu'est-ce que le tiers état ?". Além disso, muitos jornais da época acolhiam suas colunas, em particular o "Mercure de France".

Entra, com Talleyrand e Mirabeau, na Sociedade de 1789, fundada por La Fayette em Abril de 1790, permanecendo nela por apenas um ano, até deixá-la quando da Fuga de Luís XVI e sua detenção em Varennes. Associa-se então ao Clube dos Jacobinos, onde foi eleito para o comitê de correspondência, com a missão de impedir a adesão das filiais provincianas ao Clube dos Feuillants.

Quando a Assembleia Nacional Constituinte Francesa de 1789 se separa, Chamfort deixa os Jacobinos e apresenta-se em vão para a Assembléia Legislativa, antes de consagrar-se à publicação dos "Tableaux de la Révolution française" ("Quadros da Revolução Francesa", em português). Na época, defendia uma radicalização da Revolução.

Opositor, como Robespierre, a uma guerra contra a Áustria, junta-se à Gironda, mais « por afinidade pessoal que por escolha política ».[7] Chefe de redação da "Gazeta de Paris", provavelmente de Maio de 1792 a Janeiro de 1793, o Ministro do Interior francês, Jean-Marie Roland de La Platière o nomeia bibliotecário da Biblioteca Nacional, em 19 de Agosto de 1792, ao mesmo tempo em que Manon Roland o acolhe em seus salões.

Foi encarregado pelo Ministro dos Assuntos Exteriores Lebrun de uma correspondência secreta com os independencionalistas irlandeses a fim de sondar suas disposições, correspondência que foi confiscada quando de sua detenção.[8]

Com efeito, por ter-se alegrado com a morte de Marat, Chamfort foi denunciado em 21 de Julho de 1793 por um empregado da Biblioteca e aprisionado nas Madelonnettes, em 2 de Setembro. Libertado dois dias depois pelo Comitê de Salvação Nacional, permanece sob vigilância com mais dois outros bibliotecários, o sobrinho do Abade Barthélemy e Desaunays, tentando em vão desculpar-se. Em 9 de Setembro, pede demissão da Biblioteca Nacional.

Suicídio.

Atormentado com a ideia de ser preso mais uma vez, em setembro de 1793 Chamfort vai até sua sala de trabalho e atira contra a própria face. O tiro, contudo, não foi letal e ele então mutila-se com um cortador de papel na região do pescoço depois na região do peito. Ferimentos esses que não foram suficientes para acabar com sua vida, uma vez que foi encontrado inconsciente imerso em uma poça de sangue pelo seu mordomo. Só vindo a morrer em 13 de abril do ano seguinte.

Publicações

Wikisource
Wikisource
A Wikisource contém fontes primárias relacionadas com Nicolas Chamfort

Seus escritos mais apreciados durante o século XIX segundo o Dictionnaire Bouillet são:

  • Éloge de Molière, couronné (1769);
  • Éloge de La Fontaine (1774);
  • La jeune Indienne (1764);
  • le Marchand de Smythe, comédias;
  • Mustapha et Zéangir, tragédia.

Muitas de suas obras foram perdidas, entre outras um "Comentário sobre La Fontaine" (apenas parte da obra aparece em "Os Três Fabulistas", 1796).

Suas obras foram reunidas:

  • por Pierre Louis Ginguené, 1795, 4 vol. in-8
  • por M. Auguis, 1824, 5 vol. in-8.

Chamfort brilhava sobretudo pelo espírito: foi feito um apanhado de suas melhores tiradas sob o título de "Cliam-fortiana", em 1800.

Referências

  1. Ou, segundo outras versões, no dia 2 de junho do mesmo ano ou ainda em 1741.
  2. Chamfort teria solicitado cópia, em 26 de Junho de 1778, encontrada entre seus papéis após sua morte. Ver Maurice Pellisson, Chamfort: étude sur vie, son caractère et ses écrits (Chamfort: estudo sobre sua vida, caráter e escritos, em tradução literal), capítulo 1: « Origens e Educação », e Julien Teppe, Chamfort: sa vie, son oeuvre, sa pensée (Chamfort: sua vida, sua obra, seu pensamento, também em tradução literal), P. Clairac, 1950, 166 páginas, p. 23.
  3. Claude Arnaud, Chamfort : A Biography, p.3.
  4. Maurice Pellisson, Chamfort: étude sur vie, son caractère et ses écrits, chapitre 1: « Origine et éducation »
  5. a b Para referências, vide o verbete sobre Chamfort na Wikipédia francesa.
  6. Œuvres complètes de Chamfort, Paris Chez Maradan, 1812, tomo II, p. 406
  7. C. Arnaud, Chamfort, 1988.
  8. Olivier Blanc, Les Espions de la Révolution et de l'Empire, Paris, Perrin, 1995, pp. 32-35, e Isabelle Laboulais-Lesage, Lectures et pratiques de l'espace: l'itinéraire de Coquebert de Montbret, savant et grand commis d'Etat, 1755-1831, Champion, 1999, 753 páginas, p. 147 ISBN 2745300377.

Fonte (francesas)

  • Roland Gotlib, « Chamfort, Sébastien Roch Nicolas », em Albert Soboul (dir.), Dictionnaire historique de la Révolution française, Paris, PUF, 1989 (rééd. Quadrige, 2005, p. 201)

Bibliografia

  • Claude Arnaud, Deke Dusinberre, Joseph Epstein, Chamfort : À Biography, University of Chicago Press, 1992, 340 p. ISBN 0226026973
  • Émile Dousset, Sébastien-Roch-Nicolas Chamfort, un moraliste du XVIII×10{{{1}}} siècle et son temps , Fasquelle, 1943, 235 p.
  • P J Richard, Aspects de Chamfort, J. D'Halluin, 1959
  • Julien Teppe, Chamfort, sa vie, son œuvre, sa pensée, P. Clairac, 1950, 166 p.

Ligações externas

Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Nicolas Chamfort
  • Obra Gallica
  • Nicolas de Chamfort, Des femmes, de l’amour, du mariage et de la galanterie, Maximes et pensées (Chapitre VI).
  • Citações
  • Suas peças teatrais e representações no site CÉSAR
  • Ficha da Académie Française
  • Máximas e pensamentos, seguidos dos diálogos filosóficos. Texto revisto da edição original e publicado com notas e índice por Ad. van Bever
  • « Chamfort, le misanthrope écartelé », por Christian Adam
  • v
  • d
  • e
Cadeiras
1 a 10
1:Pierre Séguier

Claude Bazin de Bezons Nicolas Boileau Jean d'Estrées Marc-René de Voyer de Paulmy Jean-Joseph Languet de Gergy • Félix Vicq d'Azir • François-Urbain Domergue • Ange-François Fariau • François-Auguste Parseval-Grandmaison • Narcisse-Achille de Salvandy • Émile Augier Charles de Freycinet Émile Picard Louis-Victor de Broglie Michel Debré François Furet René Rémond
2:Valentin Conrart • Toussaint Rose • Louis de Sacy • Montesquieu Jean-Baptiste Vivien de Chateaubrun • François-Jean de Chastellux • Aimar-Charles-Marie de Nicolaï • Nicolas-Louis François de Neufchâteau Pierre-Antoine Lebrun • Alexandre Dumas André Theuriet Jean Richepin Émile Mâle • François Albert-Buisson • Marc Boegner • René de Castries • André Frossard Héctor Bianciotti
3:Jacques de Serizay • Paul-Philippe de Chaumont • Louis Cousin • Jacques-Louis de Valon • Nicolas Gédoyn • François-Joachim de Pierre de Bernis Roch-Ambroise Cucurron Sicard Denis-Luc Frayssinous • Étienne-Denis Pasquier • Jules Dufaure Victor Cherbuliez • Émile Faguet • George Clemenceau André Chaumeix • Jérôme Carcopino • Roger Caillois Marguerite Yourcenar Jean-Denis Bredin
4:Jean Desmarets de Saint-Sorlin Jean-Jacques de Mesmes • Jean Testu de Mauroy • Camille le Tellier de Louvois • Jean-Baptiste Massillon Louis-Jules Mancini-Mazarini • Gabriel-Marie Legouvé • Alexandre-Vincent Pineux Duval • Pierre-Simon Ballanche Jean Vatout • Alexis Guignard de Saint-Priest • Pierre-Antoine Berryer • Franz de Champagny • Charles de Mazade • José-Maria de Heredia Maurice Barrès Louis Bertrand • Jean Tharaud • Alphonse Juin Pierre Emmanuel • Jean Hamburger • Albert Decourtray Jean-Marie Lustiger Jean-Luc Marion
5:Jean Ogier de Gombauld • Paul Tallemant le Jeune • Antoine Danchet • Jean-Baptiste Gresset • Claude-François-Xavier Millot André Morellet Pierre-Édouard Lemontey • Jean-Baptiste Joseph Fourier Victor Cousin Jules Favre Edmond Rousse • Pierre de Ségur • Robert de Flers • Louis Madelin • Robert Kemp • René Huyghe • Georges Vedel • Assia Djebar
6:François Le Métel de Boisrobert • Jean Renaud de Segrais • Jean Galbert de Campistron • Philippe Néricault Destouches • Louis de Boissy Jean-Baptiste de Lacurne de Sainte-Palaye • Nicolas Chamfort • Pierre-Louis Roederer • Pierre-Marc-Gaston de Lévis Philippe-Paul de Ségur • Charles de Viel-Castel • Edmond Jurien de La Gravière • Ernest Lavisse Georges de Porto-Riche • Pierre Benoit • Jean Paulhan Eugène Ionesco Marc Fumaroli
7:Jean Chapelain • Isaac de Benserade • Étienne Pavillon • Fabio Brulart de Sillery • Henri Jacques Nompar de Caumont • Jean-Baptiste de Mirabaud • Claude-Henri Watelet • Michel-Jean Sedaine • Jean-François Collin d'Harleville • Pierre Daru • Alphonse de Lamartine Émile Ollivier Henri Bergson Edouard Le Roy • Henri Petiot Pierre-Henri Simon • André Roussin • Jacqueline de Romilly
8:Claude de Malleville • Jean Ballesdens • Géraud de Cordemoy • Jean-Louis Bergeret • Charles-Irénée Castel de Saint-Pierre Pierre Louis Moreau de Maupertuis Jean-Jacques Lefranc • Jean-Sifrein Maury • Michel-Louis-Étienne Regnaud de Saint-Jean d'Angély • Pierre Simon Laplace Pierre-Paul Royer-Collard • Charles de Rémusat • Jules Simon Albert de Mun Alfred Baudrillart Octave Aubry • Édouard Herriot Jean Rostand Michel Déon
9:Nicolas Faret • Pierre du Ryer • César d'Estrées Victor Marie d'Estrées • Charles Armand René de La Trémoille • Armand de Rohan-Soubise • Antoine de Malvin de Montazet Stanislas de Boufflers • Pierre Baour-Lormian • François Ponsard Joseph Autran Victorien Sardou Marcel Prévost • Émile Henriot Jean Guéhenno Alain Decaux
10:Antoine Godeau • Esprit Fléchier • Henri de Nesmond • Jean-Jacques Amelot de Chaillou • Charles-Louis-Auguste Fouquet de Belle-Isle • Nicolas-Charles-Joseph Trublet • Jean-François de Saint-Lambert • Hugues-Bernard Maret Joseph Lainé • Louis Emmanuel Mercier Dupaty • Alfred de Musset Victor de Laprade • François Coppée • Jean Aicard Camille Jullian Léon Bérard • Jean Guitton

Florence Delay
Cadeiras
11 a 20
11:Philippe Habert

12:Germain Habert
13:Claude-Gaspard Bachet de Méziriac
14:François Maynard
15:Guillaume Bautru
16:Jean Sirmond
17:François de Cauvigny de Colomby
18:Jean Baudoin
19:François de Porchères d'Arbaud

20:Paul Hay du Chastelet
Cadeiras
21 a 30
21:Marin Le Roy de Gomberville

22:Antoine Gérard de Saint-Amant
23:Guillaume Colletet
24:Jean Silhon
25:Claude de L'Estoile
26:Amable de Bourzeis
27:Abel Servien
28:Jean-Louis Guez de Balzac
29:Pierre Bardin

30:Honorat de Bueil
Cadeiras
31 a 40
31:Pierre de Boissat

32:Claude Favre de Vaugelas
33:Vincent Voiture
34:Honorat de Porchères Laugier
35:Henri-Louis Habert de Montmort
36:Marin Cureau de la Chambre
37:Daniel Hay du Chastelet Jacques-Bénigne Bossuet Melchior de Polignac Joseph Giry de Saint Cyr • Charles Batteux Antoine-Marin Lemierre • Félix Julien Jean Bigot de Préameneu • Mathieu de Montmorency-Laval • Alexandre Guiraud Jean-Jacques Ampère Lucien-Anatole Prévost-Paradol • Camille Rousset • Paul Thureau-Dangin • Pierre de La Gorce • Maurice de Broglie Eugène Tisserant Jean Daniélou Ambroise-Marie Carré • René Girard
38:Auger de Moléon de Granier
39:Louis Giry Claude Boyer Charles-Claude Genest Jean-Baptiste Dubos Jean-François du Bellay du Resnel • Bernard-Joseph Saurin • Marie-Jean-Antoine Nicolas de Caritat de Condorcet Noël-Gabriel-Luce Villar • Charles-Marie de Féletz • Désiré Nisard • Eugène-Melchior de Vogüé • Henri de Régnier Jacques de Lacretelle Bertrand Poirot-Delpech • Jean Clair
40:Daniel de Priézac Michel Le Clerc Jacques de Tourreil Jean-Roland Mallet Jean-François Boyer Nicolas Thyrel de Boismont Claude-Carloman de Rulhière Pierre-Jean-Georges Cabanis Destutt de Tracy François Guizot Jean-Baptiste Dumas Joseph Bertrand Marcellin Berthelot Francis Charmes Jules Cambon Lucien Lacaze Jacques Chastenet Georges Dumézil

Pierre-Jean Rémy
Controle de autoridade
  • Wd: Q347891
  • WorldCat
  • VIAF: 31994287
  • BAV: ADV10155891
  • BIBSYS: 90665446
  • Bitraga: 4473
  • BNE: XX994161
  • BNF: 11895962s
  • BRE: 4690154
  • CANTIC: 981058523755106706
  • CERL: cnp01878356
  • CiNii: DA02544531
  • E-Enlightment: chamfsebas000591
  • EBID: ID
  • FAST: 17558
  • GND: 118675516
  • Gutenberg: 45470
  • ICCU: CFIV029794
  • IMSLP: ID
  • ISNI: ID
  • LCCN: n50051798
  • NLA: 35570990
  • NLG: 112387
  • NTA: 071068015
  • NUKAT: n95214378
  • openMLOL: 29575
  • Persée: 765174
  • SNAC: w6gm8c1d
  • SUDOC: 026777045
  • WomenWriters: ID
  • BNB: 000439844
  • PTBNP: 687301
  • NLI: 000412238
  • AAR: 10155891
  • CONOR.SR: 11742055
  • CoBiS: 95a5yja38danygu695b5yc1j74vkjd0
  • Kallías: PE00275479
  • NLA: 999779
  • NLP: a0000001169534
  • Catálogo SHARE: 396189