Marceau Pivert

Marceau Pivert
Marceau Pivert
Nascimento 2 de outubro de 1895
Seine-et-Marne (França)
Morte 3 de junho de 1958 (62 anos)
Paris (França)
Nacionalidade francêês
Ocupação sindicalista e professor

Marceau Pivert (1895—1958) foi um professor, sindicalista, militante socialista e jornalista francês, fundador do Parti Socialiste Ouvrier et Paysan (PSOP) em 1938.

No Partido Socialista

Iniciou sua militância no Syndicat National des Instituteurs (SNI, Sindicato Nacional dos Professores), era chauvinista, maçon e partidário incondicional do laicismo, e se tornou pacifista depois de ter participado da Primeira Guerra Mundial. Depois da guerra Pivert começa a participar da Section Française de l'Internationale Ouvrière (SFIO, Seção Francesa da Internacional Operária) dirigida por Léon Blum (a seção que rechaçou em 1920 aderir ao Comintern, e se opunha a formação da Section Française de l'Internationale Communiste, SFIC – Seção Francesa da Internacional Comunista, embrião do Partido Comunista Francês, PCF) em 1919.

Sempre à esquerda do partido, em ele funda em 1927 com Jean Zyromski a "Bataille Socialiste" (Batalha Socialista) [1] com o intento de reunir os guedistas.[2] No começo da década de 1930, Pivert se junta a maioria dos membros da ala esquerda da SFIO na tendência Gauche Révolutionnaire (GR, Esquerda Revolucionária), na qual militava Daniel Guérin, que o apresentou ao trotskismo.

No Congresso da SFIO de fevereiro de 1936, o GR recebe 11% dos votos. Marceau Pivert critica a estratégia eleitoral da Frente Popular: afirmando que é uma péssima combinação do radicalismo parlamentar e eleitoral burguês com o estalinismo, nesta combinação a SFIO é chamada a emprestar para a Frente Popular sua base na luta social e nas organizações operárias, colocando-as em risco. Na reunião da direção nacional SFIO de 10 de maio, o GR renova sua proposta de governo de frente proletária com o PCF, concedendo aos grupos minoritários radicais um plano de governo mais audacioso do que o acordo da Frente Popular: a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, o voto para as mulheres ... Mas, depois do debate, o GR acata a resolução da maioria do votos da direção nacional.[3]

Quando Blum liderou o governo da Frente Popular, foi pressionado por Pivert a desenvolver um programa socialista. Mas sufocado pelas greves espontâneas por todo o país, Blum se negava a desenvolver um programa revolucionário. Neste momentoPivert escreve seu artigo mais conhecido, publicado em 27 de maio de 1936, intitulado Tout est possible! ("Tudo é Possível") [4], aludindo a revolução social. Sem duvida, ele foi contestado pelo jornal estalinista L'Humanité (o PCF apoiava o governo de Blum). No editorial comunista se lia: Non! Tout n'est pas possible! ("Não! Nem Tudo é Possível!"). Como consequência, Pivert cortou suas relações com o governo, escrevendo a Blum que: "Não vou aceitar capitulação frente ao Capitalismo e aos bancos".[5]

Líder do PSOP

A Gauche Révolutionnaire deixou o SFIO para organizar o Parti Socialiste Ouvrier et Paysan (PSOP, Partido Socialista Operário e Camponês), que esteve durante muito tempo procurando ocupar um lugar entre os socialistas e os estalinistas. De fato, sua ideología flutuou da ortodoxia Marxista a uma versão radical de Reformismo. Em 1940, o PSOP foi tornado ilegal no governo de Vichy após a derrota da França frente a Alemanha Nazista, por ordens do Marechal Philippe Pétain.

Pivert se exilou no México, e apoiou a Resistência francesa. Regressou a França depois do encerramento da Segunda Guerra Mundial e viu o PSOP dividido entre a ala que se uniria ao PCF (que adquirira prestigio por sua participação na Resistência), e a que se uniu ao SFIO - pela qual optou.

Dentro da SFIO Marceau Pivert tornou-se moderado, e sua popularidade diminuiu. Mesmo assim Pivert foi eleito para a liderança do partido, mas manteve sua posição quanto a independência da Argélia e foi hostil à criação de uma Comunidade Europeia de Defesa (contrariando a linha do partido). Antagonizou a SFIO depois de ter participado de uma delegação que visitou a União Soviética, e foi derrubado de sua posição central por votação. De acordo com alguns, Pivert pensava em unir-se ao novo Parti Socialiste Autonome (PSA, Partido Socialista Autônomo) criado por Édouard Depreux e Alain Savary, mas morreu antes de poder fazê-lo. Já maioria de seus seguidores na SFIO ingressaram no PSA em 1958.

Referências

  1. «Biografia de Marceau Pivert» (em inglês). Consultado em 5 de setembro de 2012 
  2. «Marceau Pivert» (em francês). Consultado em 5 de setembro de 2012 
  3. L'hebdo des Socialistes n°405, 29 de abril de 2006, página 10
  4. «Tout est possible!» (em francês). Consultado em 5 de setembro de 2012 
  5. «A bas l'Union nationale !» (em francês). Consultado em 5 de setembro de 2012 

Ligações externas

  • La Bataille socialiste (textos de Pivert em francês)
  • Portal do comunismo
  • Portal da política
  • Portal da França
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