Manuel Duarte Moreira de Azevedo

Manuel Duarte Moreira de Azevedo
Nascimento 1832
Itaboraí
Morte 1903 (70–71 anos)
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Ocupação médico, professor, escritor, historiador, romancista
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Manuel Duarte Moreira de Azevedo (Itaboraí, 1832 — Rio de Janeiro, 1903) foi um médico, professor, escritor e historiador brasileiro.

Biografia

Bacharel em Letras, foi biógrafo de personalidades do Segundo Reinado, como o Barão do Rio Doce e o Conselheiro Manuel Francisco Correia; contribuiu com diversos periódicos, como A Marmota, O Espelho, O Conservador e o Jornal das Famílias; foi historiador da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, da imprensa do Rio de Janeiro, da instrução pública no período colonial e das revoluções de Pernambuco, entre outros tópicos, e deixou um Compêndio de História Antiga e uma História Pátria. Na ficção dedicou-se à novela e ao romance, escrevendo A Arca da Família, Honra e Ciúme, Lourenço de Mendonça, No Tempo do Rei, Magdalena e outras obras. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do qual foi primeiro secretário, do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano, do Instituto Histórico de Goiana, do Instituto Acadêmico e da Sociedade Propagadora das Belas Artes do Rio de Janeiro.[1] Deu aulas de História Antiga e Moderna no prestigiado Colégio Pedro II, onde seu Compêndio de História Antiga foi adotado como livro padrão entre 1877 e 1878.[2]

Dentre os historiadores de sua geração foi um dos que mais estudaram o período regencial e um dos que mais produziram memórias históricas, sendo considerado um autor de referência. Foi um dos mais ativos membros do IHGB em um período em que o Instituto desempenhava um importante papel na obra de reorganização cultural e modernização do Brasil sob a direção de Dom Pedro II, manifestando um claro compromisso com os propósitos imperiais, o que torna suas interpretações da História em certos aspectos datadas e tendenciosas, embora permaneçam como importantes testemunhos das visões prevalentes em sua época e local, especialmente do grupo de intelectuais engajados politicamente ao qual se ligara.[3][4][5]

Origem e Desenvolvimento da Imprensa no Rio de Janeiro (1863) é um estudo pioneiro em seu campo;[6] Sociedades Fundadas no Brasil desde os Tempos Coloniais até o Começo do Atual Reinado (1885), também pioneiro, segundo Milena da Silveira Pereira, "apesar de datar de mais de um século, é o estudo mais completo até hoje publicado sobre associações fundadas no Brasil",[5] e O Rio de Janeiro: sua história, monumentos, homens notáveis, usos e curiosidades (1861-1877) é tido como um dos clássicos da historiografia nacional.[7]

Referências

  1. Moreira de Azevedo. Literatura Digital
  2. Moreira, Kênia Hilda. "Livros Didáticos de História no Brasil no Século XIX: questões sobre autores e editores". In: Educação e Fronteiras, 2010; 3 (6):31-44
  3. Sousa, Francisco Gouvea de. Entre Fronteiras e Nações: um estudo sobre a revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro desde 1870 a 1890. Dissertação de Mestrado. PUCRJ, 2008, pp. 25-46
  4. Oliveira, Maria da Glória de. "Fazer História, Escrever a História: sobre as figurações do historiador no Brasil oitocentista". In: Revista Brasileira de História, 2010; 30 (59)
  5. a b Pereira, Milena da Silveira. A Crítica que Fez História: as associações literárias no Oitocentos Arquivado em 27 de abril de 2017, no Wayback Machine.. Editora UNESP, 2014, pp. 22-33
  6. Peruchi, Amanda. "No Rastro das Folhas Periódicas: os impressos na historiografia brasileira". In: Molina, Matías M. História dos Jornais no Brasil: da era colonial à Regência (1500-1840). Companhia das Letras, 2015, v. 1, pp. 292-297
  7. Stickel, Erico João Siriuba. Uma Pequena Biblioteca Particular: subsídios para o estudo da iconografia no Brasil. EdUSP, 2004, p. 54

Ligações externas

  • «História Pátria» (PDF) 
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