Manuel Dias de Oliveira

 Nota: Se procura o músico de nome semelhante, veja Manoel Dias de Oliveira.
Manuel Dias de Oliveira
Nascimento 1764
Cachoeiras de Macacu
Morte 25 de abril de 1837
Campos dos Goytacazes
Cidadania Brasil
Ocupação pintor
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Retrato do rei D. João VI de Portugal e da rainha D. Carlota Joaquina (obra datada c. 1815).
Alegoria ao nascimento da princesa D. Maria da Glória (detalhe).

Manuel Dias de Oliveira (Cachoeiras de Macacu, 1764 — Campos dos Goitacases, 1837) foi um pintor, professor e decorador brasileiro.[1][2] É também conhecido pelos epítetos Brasiliense e Romano.[3][4]

Vida

Quando jovem se transferiu à cidade do Rio de Janeiro, estudando toreutica, o que leva a crer que pode ter trabalhado como ourives. Um comerciante português financiou sua ida a Portugal, instalando-o na cidade do Porto, onde a morte de seu protetor deixou-o desvalido.

Não se sabe como teria chegado a Lisboa, onde o então intendente Pina Manique fundara a Real Casa Pia, uma escola onde se recolhiam vagabundos e errantes mas que aos poucos tornaria-se uma verdadeira "universidade popular" com cursos de desenho e matemática, além de trabalhos manuais.

Destacando-se como um dos melhores alunos, foi então mandado a Roma para desenvolver a sua aprendizagem com outros jovens portugueses de talento, entre os quais Domingos António de Sequeira, que viria a tornar-se dos maiores nomes da pintura neoclássica portuguesa.

Sua estada em Roma valeu-lhe o apelido o Romano. Gracas à proteção de Pina Manique, Dias de Oliveira entra na Accademia de San Lucca, onde torna-se aluno de Pompeo Batoni. Permaneceu na Itália até 1800, quando volta a Portugal e pede para ser reenviado ao Brasil para fundar no Rio de Janeiro a primeira Aula Régia de Desenho e Figura. Seu pedido leva a sua nomeação em novembro de 1800.

Essa seria a primeira escola de arte da colônia da qual se tem registro. Seguindo o modelo então vigente na Europa, ensinava apenas desenho - ao natural e com modelo vivo, sendo o introdutor no Brasil do modelo nu. Seu ateliê, onde dava aulas, localizava-se na rua do Hospital. Entre seus alunos, destacam-se Francisco Pedro do Amaral e Manoel José Gentil.

Dias de Oliveira trabalhou como decorador para eventos oficiais, e em 1808 foi o responsável pela decoração para a recepção da Corte Portuguesa no Rio de Janeiro.

A partir de 1816, com a chegada dos artistas da Missão Artística Francesa, seu prestígio declinou, talvez pela competição com os recém-chegados. Em 1822, D. Pedro I o destitui do cargo na Aula Régia de Desenho e Figura. Dias de Oliveira retirou-se a Campos de Goytacazes em 1831, onde abriu uma escola primária. Morreu naquela cidade em 25 de abril de 1837.

Obra

Manuel Dias de Oliveira pintou retratos, alegorias, temas religiosos e naturezas-mortas, além de muitas obras efêmeras decorativas que se perderam. Algumas de suas obras são:

  • O Milagre de Santa Isabel (1798, Museu Nacional de Belas Artes)
  • O Gênio da América (obra alegória para o Paço dos Vice-Reis, hoje perdido)
  • Alegoria de Nossa Senhora da Conceição (1813, Museu Nacional de Belas Artes)
  • Retrato de D. João VI e Dona Carlota Joaquina (1815, Museu Histórico Nacional)
  • Alegoria do Nascimento de D. Maria da Glória (1819, Museu do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro)
  • Auto-retrato (1835)

Notas

  1. «Manuel Dias de Oliveira» na Enciclopédia Itaú Cultural.
  2. Anna Maria Monteiro de Carvalho, "Manuel Dias de Oliveira e a pintura oficial da Corte no Brasil". CEPESE Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade.
  3. Oliveira, Manuel Dias de (1764 - 1837).
  4. Manuel Dias de Oliveira Brasiliense.

Ligações externas

  • Enciclopédia Itaú Cultural
  • Escola Fluminense de Pintura. Milton de Mendonça Teixeira.
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