Jacques Pilon

Jacques Pilon
Jacques Pilon
Nascimento 1905
Le Havre
Morte 1962 (56–57 anos)
São Paulo
Cidadania França, Brasil
Ocupação arquiteto, mestre de obras
Obras destacadas Biblioteca Mário de Andrade
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Jacques Emile Paul Pilon, (Le Havre, 1905 — São Paulo, 1962) foi um arquiteto francês com importante atuação na arquitetura brasileira, notadamente a paulista, entre as décadas de 1930 e 1960.

Biografia

Aos cinco anos, Pilon imigrou com sua família para o Rio de Janeiro, local onde seu pai trabalharia em atividades portuárias. Voltou para a França para estudar e, após graduar-se pela École Nationale de Beaux Arts em 1932, retornou ao Brasil, onde viveria até o fim de sua vida.

Carreira

Jacques Pilon, contemporâneo de nomes como Gregori Warchavchik e Rino Levi, foi um dos responsáveis pela propagação dos princípios do modernismo na arquitetura brasileira. Sua obra, no entanto, foi influenciada no início pelo ecletismo e pela art déco.

Pilon foi sócio do engenheiro Francisco Matarazzo Netto, que conhecera em 1933 em uma visita à obra do edifício Sulacap, projeto do escritório de Robert Prentice, onde Pilon trabalhava na ocasião. Em 1934, nascia a Pilmat Pilon-Matarazzo Ltda, que foi responsável pelos projetos e construção de diversos edifícios em São Paulo, até 1939, quando a sociedade foi dissolvida.[1] Junto com Matarazzo Neto, Pilon participou, em 1934, do concurso do projeto do viaduto do Chá, ficando em terceiro lugar e, em 1939, venceram o concurso do projeto do Viaduto General Olímpio da Silveira. Com o arquiteto Rubens Borba, projetou a atual Biblioteca Mário de Andrade.

Arquitetura moderna

Apesar de sua proximidade com os padrões clássicos e acadêmicos de outrora, que seguiam os estilos eclético e art-déco, Pilon introduz a modernidade em suas obras, removendo adornos e adotando formas mais geométricas em suas fachadas, influenciado pelos ares modernos que despontavam no Brasil e já expressos no projeto do MEC, cuja construção teve início em 1935. O Condomínio Edifício Paissandu, inaugurado em 1938, é um dos exemplares desta transição, onde a geometria e a quase ausência de ornamentos de fachada aponta para o modernismo. Esses traços modernistas foram incentivados pela crescente e acelerada urbanização da cidade de São Paulo, especialmente na região central, e ainda pela economia construtiva de fachadas menos ornamentadas.

Em 1935, pela Pilmat Pilon-Matarazzo, Pilon projeta e constrói o Edifício Santo André, o segundo a ser construído em Higienópolis, encomendado pelo pai de seu sócio, o conde Andrea Matarazzo filho do industrial Francisco Matarazzo. Localizado na esquina das ruas Piauí com Avenida Angélica, com vista para o Parque Buenos Aires,com painel,no hall de entrada, em alto relevo, do artista John Graz, foi considerado o edifício elegante da ocasião, onde residiu a artista modernista Tarsila do Amaral. O Santo André foi ainda o primeiro edifício a usar estacas tipo Franki em sua fundação.[1] [2]

No ano de 1944 projeta o Edifício São Luiz, na Praça da República, em São Paulo, no estilo neoclássico francês, com abrigo antiaéreo, utilizado posteriormente como garagem por seus moradores.

A partir de 1945, com a influência de novos colaboradores, a obra de Pilon foi gradualmente incorporando cada vez mais os componentes característicos da arquitetura moderna. Deste período destacam-se o edifício da embaixada francesa, de 1951; o Edifício Paulicéia, projetado juntamente com Gian Carlo Gasperini; e o Liceu Pasteur.

Um dos últimos projetos desenvolvidos por Pilon e Gasperini foi o complexo industrial da Mecânica Pesada em Taubaté, um projeto urbanístico e arquitetônico composto de instalações industriais e vila de operários.

Principais projetos

São Paulo
Rio de Janeiro
  • 1950, Maison de France, Rio de Janeiro
  • 1956, Edifício Chopin, Rio de Janeiro
  • Edifício Prelúdio, Rio de Janeiro
  • Edifício Balada, Rio de Janeiro
  • Edifício Barcarola, Rio de Janeiro

Referências

  1. a b «Itaú Cultural - Pilon, Jacques (1905 - 1962) Cronologia». Consultado em 3 de dezembro de 2008 
  2. Edifício Santo André - Higienópolis
  3. Franco, Tiago Seneme (14 de agosto de 2009). «A trajetória de Jacques Pilon no centro de São Paulo: análise das obras de 1940 a 1947». Universidade Presbiteriana Mackenzie. Consultado em 25 de novembro de 2019 

Ligações externas

  • «Revista AU». Consultado em 3 de dezembro de 2008 
  • «Imagem da Maison de France». Consultado em 26 de dezembro de 2008 
  • Vitruvius-Jacques Pilon
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