Carlos Hugo Christensen

Carlos Hugo Christensen
Carlos Hugo Christensen
Nascimento 15 de dezembro de 1914
Santiago del Estero
Morte 30 de novembro de 1999 (84 anos)
Rio de Janeiro
Cidadania Argentina
Cônjuge Susana Freyre
Alma mater
  • Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires
Ocupação roteirista, diretor de cinema
Obras destacadas A Morte Transparente
[edite no Wikidata]
Carlos Hugo Christensen por volta da década de 1940

Carlos Hugo Christensen (Santiago del Estero, 15 de dezembro de 1914 — Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1999) foi um cineasta argentino.[1][2]

Biografia

Criado em Buenos Aires, Christensen iniciou sua carreira no fim da década de 1930, na Rádio Splendid, e de lá foi trabalhar nos Estudios Cinematográficos Lumiton.

Fez filmes no Peru, na Venezuela e no Chile. Chegou ao Brasil em 1945 para filmar El ángel desnudo. Nos anos seguintes, devido a desentendimentos políticos com o governo peronista, vem ao Brasil dirigir María Magdalena, na Bahia. Ao voltar à Argentina, se intensificaram seus desentendimentos com o Secretário de Imprensa e Difusão do governo Perón, Raúl Alejandro Apold. Em fevereiro de 1954, depois de avisado da ação da polícia política do governo, que iria invadir sua casa para prender toda a família, refugiou-se no Brasil, em São Paulo.

Em 1956, retorna à Argentina após a queda do governo, onde trabalha no movimento de recuperação do cinema argentino. Mas os anos de conflito deixaram marcas em toda classe trabalhadora e o cinema não estaria livre disso. Foi intensa a luta de alguns profissionais para que as questões políticas e ideológicas não contaminassem os órgãos representativos do trabalho, mas foi uma luta inglória. Sem êxito em seu propósito, se radica em definitivo no Brasil. Realiza uma trilogia dedicada ao Rio de Janeiro dos anos 50 e 60, "Meus amores do Rio" (1957), "Esse Rio que eu amo" (1961) e "Crônica da cidade amada" (1965).

Produz três filmes em Minas Gerais, entre os quais "Viagem aos seios de Duília", baseado no conto de mesmo nome de Aníbal Machado.

Em 1947, se casou com a atriz argentina Susana Freyre. É pai do economista Carlos Hugo Christensen e avô da atriz Paula Christensen, ambos argentinos.

Em 1979, transportou no Brasil o universo de Jorge Luiz Borges para o cinema com "A intrusa", rodado no pampa da cidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.

Em 1999, lançou o livro de poesias "Poemas para os amigos", pela editora Francisco Alves.

Seu último filme, "A casa de açúcar", baseado em conto da escritora argentina Silvina Ocampo, inacabado, permanece inédito. É a primeira co-produção oficial entre Brasil e Argentina e tem no elenco Andréa Muruci, Gracindo Júnior, Odilon Wagner, Oswaldo Louzada e Eduardo Moscóvis, com a estreia de Marcelo Antony no cinema. Da Argentina, os astros Ivo Cutzarida, Martha Bianchi, Roberto Carnaghi e a estreia da atriz Paula Christensen.

Filmografia

Retrato sob a guarda do Arquivo Nacional (Brasil).
  • A Casa de Açúcar (1996) — direção, produção e roteiro
  • ¿Somos? (1982) — direção e roteiro
  • A Intrusa (1979) — direção, produção e roteiro
  • A Morte Transparente (1978) — direção, produção e roteiro
  • Enigma para Demônios (1975) — direção, produção e roteiro
  • A Mulher do Desejo (1975) — direção, produção e roteiro
  • Caingangue, a Pontaria do Diabo (1973) — direção e roteiro
  • Uma Pantera em Minha Cama (1971) — direção, produção e roteiro
  • Anjos e Demônios (1970) — direção, produção e roteiro
  • Como Matar um Playboy (1968) — direção e roteiro
  • O Menino e o Vento (1967) — direção, produção e roteiro
  • Bossa Nova (curta-metragem) (1964) — direção e roteiro
  • Crônica da Cidade Amada (1964) — direção, produção e roteiro
  • Viagem aos Seios de Duília (1964) — direção, produção e roteiro
  • O Rei Pelé (1962) — direção e roteiro
  • Amor para Três (1960) — direção, produção e roteiro
  • Esse Rio que Eu Amo (1960) — direção, co-produção e roteiro
  • Meus Amores no Rio (1959) — direção, produção e roteiro
  • Matemática Zero, Amor Dez (1958) — direção, produção e roteiro
  • Leonora dos Sete Mares (1955) — direção e roteiro
  • Mãos Sangrentas (1955) — direção e roteiro
  • María Magdalena (1954) — direção e roteiro
  • Un Ángel sin Pudor (1953) — direção e roteiro
  • Armiño Negro (1953) — direção e roteiro
  • No Abras Nunca esa Puerta (1952) — direção e roteiro
  • Si Muero Antes de Despertar (1952) — direção e roteiro
  • El demonio es un ángel (1950) — direção e roteiro
  • La Trampa (1949) — direção e roteiro
  • La Balandra Isabel Llegó esta Tarde (1949) — direção e roteiro
  • ¿Por Qué Mintió la Cigüeña? (1949) — direção e roteiro
  • La Muerte Camina en la Lluvia (1948) — direção e roteiro
  • Los Pulpos (1948) — direção e roteiro
  • Una Atrevida Aventurita (1948) — direção e roteiro
  • Con el Diablo en el Cuerpo (1947) — direção e roteiro
  • Los Verdes Paraísos (1947) — direção e roteiro
  • El Ángel Desnudo (1946) — direção e roteiro
  • Adán y la Serpiente (1946) — direção e roteiro
  • Dama de la Muerte (1946) — direção e roteiro
  • La Señora de Pérez se Divorcia (1945) — direção e roteiro
  • El Canto del Cisne (1945) — direção e roteiro
  • Las Seis Suegras de Barba Azul (1945) — direção e roteiro
  • La Pequeña Señora de Pérez (1944) — direção e roteiro
  • Dieciséis Años (1943) — direção e roteiro
  • Safo, Historia de una Pasión (1943) — direção e roteiro
  • Los Chicos Crecen (1942) — direção e roteiro
  • Noche de Bodas (1942) — direção e roteiro
  • Locos de Verano (1942) — direção e roteiro
  • La Novia de Primavera (1942) — direção e roteiro
  • Águila Blanca (1941) — direção e roteiro
  • El Inglés de los Güesos (1940) — direção e roteiro
  • El Buque Embotellado (1939) — direção, produção e roteiro

Referências

  1. «Murió Carlos H. Christensen». La Nacion (em espanhol). 1 de dezembro de 1999. Consultado em 8 de dezembro de 2019 
  2. «Murio en Rio el cineasta Carlos Hugo Christensen». Página12. 1 de dezembro de 1999. Consultado em 8 de dezembro de 2019 
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Filmes dirigidos por Carlos Hugo Christensen
Décadas de 1940-50
El ángel desnudo (1946) • Mãos Sangrentas (1954) • María Magdalena (1954) • Meus Amores no Rio (1958) •
Década de 1960
Amor para Três (1960) • O Rei Pelé (1962) • Esse Rio Que Eu Amo (1962) • Viagem aos Seios de Duília (1964) • Curse of the Stone Hand (1964) • Crônica da Cidade Amada (1964) • Bossa Nova (1964) • O Menino e o Vento (1967) • Como Matar um Playboy (1968)
Década de 1970
Anjos e Demônios (1970) • Uma Pantera em Minha Cama (1971) • Caingangue (1973) • Enigma para Demônios (1975) • A Mulher do Desejo (1975) • A Morte Transparente (1978) • A Intrusa (1979)
Décadas de 1980-90
Runnin' After Love (1980) • ¿Somos? (1982) • A Casa de Açúcar (1996)
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Prêmio do Festival de Gramado de Melhor Diretor
1973–1980

Luís Sérgio Person (1973) · Denoy de Oliveira (1974) · Walter Hugo Khouri (1975) · Eduardo Escorel (1976) · Bruno Barreto (1977) · João Batista de Andrade (1978) · Jorge Bodanzky e Wolf Gauer (1979) · Carlos Hugo Christensen (1980) ·

1981–1990

Carlos Alberto Prates Correia (1981) · Djalma Limongi Batista (1982) · Ana Carolina (1983) · Denoy de Oliveira (1984) · André Klotzel (1985) · Carlos Reichenbach (1986) · Wilson Barros (1987) · Guilherme de Almeida Prado (1988) · Murilo Salles (1989) · Miguel Faria Jr. (1990) ·

1991–2000

Neville de Almeida (1991) · Pedro Almodóvar (1992) · Eliseo Subiela (1993) · Mario Brenta (1994) · Jorge Fons (1995) · Murilo Salles (1996) · Beto Brant (1997) · Bruno Stagnaro e Israel Caetano (1998) · Julio Médem (1999) · Francisco Lombardi (2000) ·

2001–2010

André Klotzel (2001) · Anna Muylaert (2002) · Ricardo Elias (2003) · Joel Zito Araújo (2004) · Tizuka Yamasaki (2005) · Andrea Tonacci (2006) · Paulo Caldas (2007) · Domingos de Oliveira (2008) · Vincent Carelli e Paulo Nascimento (2009) · Jeferson De (2010) ·

2011–presente

Gustavo Pizzi (2011) · Kleber Mendonça Filho (2012) · Andradina Azevedo e Dida Andrade (2013) · Marcelo Galvão (2014) · Chico Teixeira (2015) · Domingos de Oliveira (2016) · Laís Bodanzky (2017) · André Ristum (2018) · Allan Deberton (2019) · Ruy Guerra (2020) · Aly Muritiba (2021) · Cristiano Burlan (2022) · Petrus Cariry (2023) ·

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