Carlos Clúsio

Carlos Clúsio
Carlos Clúsio
Portrait of Carolus Clusius attributed to Jacob de Monte. This portrait is the only known painted portrait of Clusius. It was made in 1585 when Clusius was in Vienna. On the left the coat of arms of Clusius is depicted. (Icones Leidenses 19)
Nascimento 19 de fevereiro de 1525
Arras
Morte 4 de abril de 1609 (84 anos)
Leida
Sepultamento Pieterskerk
Cidadania Países Baixos do Sul, França
Alma mater
  • Universidade de Gante
  • Antiga Universidade de Lovaina
  • Universidade de Marburgo
  • Universidade de Wittenberg
  • Universidade de Montpellier
Ocupação botânico, médico, tradutor, professor universitário, micologista, zoólogo, ornitólogo
Empregador(a) Universidade de Leiden, Universidade de Leiden
Obras destacadas Hortus botanicus Leiden
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Charles de l'Écluse, Carolus Clusius ou, também em português, Carlos Clúsio[1] (Arras, 19 de fevereiro de 1525 — Leiden, 4 de abril de 1609) foi um médico e botânico flamengo, um dos mais famosos do século XVI. Foi o criador de um dos primeiros jardins botânicos da Europa em Leiden e é considerado como um dos fundadores da horticultura. Foi também um dos primeiros a realizar descrições realmente científicas de plantas.

Vida e obra

Realizou os seus estudos em Gante até que foi para a universidade de direito de Lovaina. Em 1548 partiu para Marburgo e em 1549 para Wittenburg, para acompanhar o ensino de Philipp Melanchthon. Seguindo os conselhos deste, abandonou o direito para estudar medicina e botânica. Em 1551 foi para Montpellier, para estudar botânica sob a direcção de Guillaume Rondelet. Ali se converteu em seu secretário e viveu três anos na sua casa. Em 1557, traduziu para francês o herbário de Rembert Dodoens: Histoire des plantes.

Depois de terminar os seus estudos, teve vários empregos. Esteve em Espanha e Portugal a herborizar entre Maio de 1564 e Maio de 1565, acompanhando o jovem Jacob Függer, de quem era preceptor. Foi durante esta visita que entrou na posse dos Colóquios dos simples de Garcia de Orta, que viria a editar em latim no livro Aromatum et Simplicium aliquot medicamentorum apud Indios nascentium historia (1567).

Nymphaea lutea major, ilustración extraida de Rariorum Plantarum Historia (1601).

. Em 1573 o imperador Maximiliano II nomeou-o médico da corte e responsável do jardim imperial. Graças a esta protecção, pode viajar por toda a Europa, recolhendo numerosas observações e coleccionando especímens de várias plantas, algumas de origens longínquas, como a Tulipa (que introduziu na Holanda) ou a batata. A morte do seu protector obrigou-o a abandonar Viena, depois de aí ter vivido 14 anos.

Em 1576, publicou uma flora de Espanha e Portugal (Rariorum aliquot stirpium per Hispanias observatarum historia), seguida em 1583 da descrição das plantas da Áustria e das regiões vizinhas (Rariorum aliquot stirpium, per Pannoniam, Austriam, & vicinas quasdam províncias observatarum historia).

Em 1587, fundou um jardim botânico (hortus botanicus), distinto do "jardim medicinal" (hortus medicus), na universidade de Leiden. Ali cultivou plantas raras provenientes do sul da Europa, de Espanha, de Portugal e da Hungria. Nesta mesma universidade obteve o lugar de professor de botânica em 1593 que ocupou até à morte.

Em 1601 publicou um importante tratado de botânica, Rariorum plantarum historia, ilustrado com mais de mil gravuras e onde tratou de agrupar as espécies pela sua afinidade. As suas observações são notavelmente precisas. Clusius foi sem dúvida o primeiro botânico a fazer descripções científicas. Também foi o primeiro a descrever numerosas espécies como o Jasmim, o Castanheiro ou as Aralias. Também se interessou pelos Cogumelos.

Em 1605 publicou Exoticorum libri decem onde tentou descrever todas as espécies exóticas, animais ou vegetais, que conseguiu obter. Vivendo em Leiden, pode obter os especímens dos barcos que chegavam à Holanda. O seu livro descreve numerosas espécies novas, como o casuar (género Casuarius), o pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), vários papagaios (Deroptyus accipitrinus e Lorius garrulus), o íbis-escarlate (Eudocimus ruber), entre muitaos outras. Descreveu também o Pinguinus impennis a partir de um especímen que recebeu em 1604 junto com outras espécies de Henrik Højer, que explorou as Ilhas Feroe. Várias espécies vegetais, como a Ganteiana clusii e a Primula clusiana foram dedicadas a Clsusius. O botânico Charles Plumier (1646-1704) dedicou-lhe o género Clusia da família das Clusiaceae.


Clus. é a abreviatura padrão usada para indicar Carlos Clúsio como autoridade na descrição e classificação científica de um nome botânico.
(Lista dos táxones descritos por este autor no IPNI)

Referências

  1. Gonçalves, Rebelo (1947). Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa. Coimbra: Atlântida - Livraria Editora. p. 347 

Bibliografia

  • Gillispie, Charles C., coord. Dictionary of Scientific Biography. New York: Charles Scribner's Sons, 1970-1990. 18 vols.
  • Smit, P. "Carolus Clusius and the beginning of botany in Leiden University". Janus. 60(1973)87-92.
  • Carolus Clusius, Aromatum et simplicium aliquot medicamentorum apud Indos nascentium historia. Versão portuguesa do epítome latino dos Colóquios dos simples de Garcia de Orta. Ed. comemorativa do quarto centenário da publicação dos Colóquios dos simples, introd. e trad. Jaime Walter e Manuel Alves. Lisboa, 1964.

Ligações externas

  • Projecto Clusius na Universidade de LeidenBiografia, base de dados e repositório de correspondência e bibliografia de e sobre Clusius.


  • Portal da botânica
  • Portal da história da ciência


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  • Botanist: Clus.
  • BVL: FILA20130068800
  • BPN: 16012227
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