Batalha de Combi

Batalha de Combi
Guerra Luso-Holandesa

Reino do Congo e vizinhos ca. 1711
Data 29 de outubro de 1647
Local Combi
Desfecho Vitória dongo-holandesa
Beligerantes
Reino de Portugal Reino do Congo

Reino do Dongo

República Holandesa
Forças
30 000 africanos
600 luso-africanos
400 holandeses
8 000 congo-dongoleses
Baixas
+ 3 000 mortos ou feridos Desconhecido
Campanhas coloniais portuguesas
Conflitos prolongados mostrados em negrito
Data  Região 
1415 Ceuta
1437 Marrocos
1458 Marrocos
1468 Marrocos
1471 Marrocos
1478 Guiné
1487 Marrocos
1490 Marrocos
1501–02 Índia
1502 Índia
1503 Índia
1504 Índia
1506 Índia
1507 África Oriental
1507 Hormuz
1508 Índia
1509 Índia
1510 Índia
1511 Malaca
1514 Marrocos
1515 Marrocos
1517 India
1521 China
1522 China
1523 Arábia
1526 Índia
1531 Índia
1538 Índia
1541 Mar Vermelho
1541 Mar Vermelho
1542 África Oriental
1546 Índia
1548 Arábia
1551 Arábia
1552–54 Arábia
1553 Golfo Pérsico
1558 Brasil
1559 Índia
1561 Japão
1562 Marrocos
1567 Brasil
1568 Malaca
1569 Achém
1570–75 Índia
1580–83 Oceano Atlântico
1580–89 Oceano Índico
1581 Damão
1587 Jor
1601 Java
1606 Malaca
1606 (ago) Malaca
1612 Índia
1614 Brasil
1619 Ceilão
1622 China
1622 Angola
Data  Região 
1624 Brasil
1625 Pérsia
1625 Brasil
1625 Costa do Ouro
1629 Malaca
1630 Brasil
1631 Brasil
1638-39 Índia
1671 Angola
1637 Costa do Ouro
1638 Índia
1638 Brasil
1639 Índia
1640 Brasil
1640–41 Malaca
1645 Brasil
1647 Angola
1648 Brasil
1648 Angola
1649 Brasil
1652–54 Brasil
1654 (mar) Ceilão
1654 (mai) Ceilão
1665 Angola
1670 (jun) Angola
1670 (out) Angola
1696–98 Mombaça
1710 Brasil
1711 Brasil
1729-32 Índia
1735–37 Banda Oriental
1752 Índia
1756 América do Sul
1761–63 América do Sul
1762–63 Sacramento
1768-69 Angola
1774-78 Angola
1776–77 América do Sul
1809 Guiana Francesa
1816–20 Banda Oriental
1821–23 Brasil
1846 China
1849 China
1850-62 Angola
1855-74 Angola
1890–1904 Angola
1907 Angola
1914–15 Angola
1917–18 Moçambique
1954 Índia
1961 Índia
1961–74 África
• 1961–74 Angola
• 1963–74 Guiné-Bissau
• 1964–74 Moçambique


A Batalha de Combi (Kombi) foi uma batalha decisiva da Guerra Luso-Holandesa na frente congolesa.

História

Em 1641, forças holandesas ocuparam Luanda, capital da colónia lusitana de Angola.[1] Congo e Dongo enviaram emissários e receberam promessas de ajuda para expulsar os portugueses, que era o objetivo do manicongo Garcia II (r. 1641–1660).[2] Os holandeses conseguiram algum sucesso inicial, mas logo os lusitanos voltaram às suas posições internas, em Bengo, de onde foram expulsos rumo ao Forte de Massangano, a segunda mais antiga cidade colonial na região.[3] Os congoleses utilizaram os vales do Bengo para alimentar os holandeses em Luanda. Para frear isso, o governador Pedro César de Meneses se instalou no arraial de Gango, junto a foz do rio, em janeiro de 1643, senão um pouco antes.[2] Decidindo que não valia a pena continuar a guerra com Portugal, os holandeses assinaram um acordo que efetivamente deixava-o no comando do interior.[4] A rainha do Dongo, Ana de Sousa (Ginga), decidiu continuar a luta sem ajuda holandesa, pressionando os já encurralados portugueses em Massangano. Após a sua derrota em Cavanga em 1646, seus aliados decidiram enviar forças de socorro.[5]

Assim, em 1647, uma força combinada do Congo, Dongo e um contingente holandês de 400 soldados, somando mais de 8 000 homens, encontrou os portugueses e seus aliados africanos com um exército de campo de cerca de 30 000 soldados, incluindo 600 portugueses e luso-africanos, em algum lugar ao norte de Massangano chamado Combi. Os portugueses e os seus aliados foram derrotados pelo exército coligado e mais de 3 000 homens do exército luso foram mortos ou feridos.[6] Como resultado da vitória, Ana e seu exército foram capazes de sitiar três presídios portugueses em Angola, Ambaca, Massangano e Muxima. Os cercos não tiveram sucesso, em grande parte porque nem ela nem seus aliados holandeses possuíam artilharia suficiente para realizar um ataque, embora os portugueses não ultrapassasse 300 homens. Quando as forças de Salvador de Sá e Benevides chegaram em 1648, Ginga foi forçada abandonar o cerco e retornar ao seu quartel-general em Matamba.[7]

Referências

  1. Boxer 1973, p. 182.
  2. a b Silva 2002, p. 468.
  3. Henriques 2002, p. 191.
  4. Batalha 2006, p. 253.
  5. Kamabaya 2003, p. 57.
  6. Heywood 2007, p. 151.
  7. Heywood 2007, p. 152.

Bibliografia

  • Batalha, Fernando (2006). Angola: arquitectura e história. Lisboa: Vega 
  • Boxer, Charles Ralph (1973). Salvador de Sá e a luta pelo Brasil e Angola, 1602-1686. São Paulo: Companhia Editora Nacional, Editora da Universidade de São Paulo 
  • Henriques, Isabel de Castro (2002). Escravatura e transformações culturais África, Brasil, Caraíbas: actas do Colóquio Internacional, Universidade de Évora, 28, 29 e 30 de Novembro de 2001. Lisboa: Editoria Vulgata 
  • Heywood, Linda; Thornton, John (2007). Central Africans, Atlantic Creoles, and the Foundation of the Americas, 1585-1665. Londres e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  • Kamabaya, Moisés (2003). O renascimento da personalidade africana: história. Luanda: Editorial Nzila 
  • Silva, Alberto Da Costa e (2002). A Manilha e o Libambo. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira